Seja o encontro com o professor Sorbier, a difícil escolha entre Tortipouss, Chimpanzee e Piplup como Pokémon inicial, ou o layout da região de Sinnoh idêntico às nossas memórias, os primeiros minutos de jogo confirmam que estamos lidando com um remake que prioriza fidelidade sobre a novidade. Você terá, portanto, o prazer de encontrar edifícios, inimigos e personagens colocados exatamente nos mesmos lugares de quinze anos atrás. A maior diferença vem, claro, do processamento gráfico, que abandona o 2D pixelado das versões DS para um 3D simples e colorido, com tendência cute-kawaii. Mais precisamente, os personagens se aproximam de um design Chibi (ou super deformado se preferir) durante as fases de exploração, mas são representados com uma silhueta mais realista durante as lutas. Sabe-se que alguns jogadores lutam com essa direção de arte, seja porque não gostam do aspecto "grande cabeça redonda em um corpo pequeno", ou porque o design duplo lhes parece não ter consistência.
Compreensíveis em termos absolutos, essas censuras quase não têm razão de ser quando você pensa sobre isso, já que essas características são consistentes com os gráficos de 2006. O Chibi pode ser melhor em 2D do que em 3D, mas uma mudança radical de estilo também teria criou polêmica. Por outro lado, os desenvolvedores poderiam ter evitado ampliar tanto os personagens durante certas cenas de diálogo. As duas cabeças que ocupam metade da tela são quase agonizantes, e a simplicidade das texturas é ainda mais aparente. As animações durante as lutas são irregulares, algumas segurando bombinhas molhadas e outras mostrando-se suficientemente detalhadas e pirotécnicas. De qualquer forma, é muito agradável poder observar em três dimensões Pokémon que conhecíamos todos pixelizados em 2006. Da mesma forma, a música de época foi bastante bem reformulada, mantendo-se reconhecível.
DIAMANTE PURO OU PÉROLA JUMPY?
Outra modificação em relação aos jogos originais diz respeito ao aumento da experiência. A partir de agora, sua equipe se beneficiará imediatamente do Multi-Exp, que permite que Pokémon que não participaram de uma batalha ainda ganhem pontos de experiência. Esta opção teria sido extremamente bem-vinda… se realmente fosse uma opção! Infelizmente, não é possível desativá-lo, o que perturba significativamente o equilíbrio geral. Não ter que cultivar por horas é bom, claro, mas algumas brigas que deveriam ser importantes perdem a tensão e se tornam meras formalidades. É de se perguntar por que os desenvolvedores não deixaram a escolha entre um modo marcado como "fácil" ou "moderno" com o Multi-Exp ativado e um modo "difícil" ou "clássico" sem. A reforma do Subterrâneo de Sinnoh, por outro lado, é totalmente positiva, pois é muito maior do que antes e dá acesso a muitos tesouros. O jogo também oferece algumas opções para facilitar nossa vida, como a possibilidade de correr usando o stick e não mais pressionando uma tecla, ajustando a velocidade de exibição do texto, a possibilidade de pular animações de combate e a opção de pular renomear Pokémon recém-capturados. Tudo isso é muito bom, mas não o suficiente para apagar o estigma da jogabilidade que envelheceu mal o suficiente. Encontros surpresa com Pokémon que não aparecem no cenário podem rapidamente dar nos nervos, enquanto a lentidão geral e a exibição dos mesmos textos também podem incomodar um jogador que procura uma experiência modernizada. Outro estigma do passado, o Pokémontre que antes era exibido na segunda tela do DS agora ocupa espaço na tela única do Switch. Felizmente, é possível desativar sua tela, mas sua ergonomia permanece datada. Mas no final das contas, a maior falha do jogo é repetir o golpe das duas versões não dando acesso exatamente a mesma lista de Pokémon, mesmo que Pokémon Platinum já exista há treze anos. Um remake não deveria integrar todo o conteúdo publicado no passado…?