Depois do EyeToy em 2003 e do PS Move em 2010, a Sony Computer Entertainment continua a explorar outras formas de melhorar o dia-a-dia dos jogadores que procuram novas sensações. Este ano, a fabricante japonesa lança um novo acessório, também dedicado à realidade aumentada: o Wonderbook. Por baixo deste título atraente está na verdade um livro de plástico de 12 páginas que se conecta diretamente à câmera EyeToy do PS3. Graças aos símbolos que cobrem todas as suas páginas, ele pode exibir na tela e em tempo real diferentes objetos e personagens com os quais é possível interagir graças ao PS Move. A primeira história comercializada com este Wonderbook é nada mais nada menos que Book of Spells, desenvolvido em conjunto com JK Rowling, a quem devemos a saga literária mais popular do momento: Harry Potter. Além disso, apenas para dar um golpe, Book of Spells se passa no mundo do bruxo de óculos, já que o jogador é transportado para a escola de Hogwarts, onde deve primeiro ter aulas de magia, para se familiarizar com os controles. Após uma necessária fase de instalação e calibração, podemos finalmente fazer alguns truques de mágica graças aos conselhos de um narrador que nos acompanhará ao longo dos 5 capítulos que compõem o jogo e que podemos fazer na ordem que você quiser. Coruja. Você então escolhe sua varinha entre as diferentes casas de Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff e Ravenclaw e então descobre o misterioso grimório de magia escrito por Miranda Fauconnette. Porque como o título do jogo sugere, o objetivo aqui é dominar feitiços para se tornar igual a Harry Potter. Incendio, Leviosa, Avada Kedavra e outros Wingardium são os poderes que nos são concedidos, desde que os enumeremos em voz alta e consigamos reproduzir o símbolo que aparece na tela. Felizmente, com o reconhecimento de movimento via PS Move sendo bastante preciso, até os jogadores mais jovens poderão realizar os movimentos mais famosos de Hogwarts.
Magia para manequins
Entre história contada por Miranda, exercícios para realizar a cada novo feitiço descoberto e testes a serem encadeados (lutas contra outros magos, objetos voadores ou até mesmo apagar incêndios), Book of Spell se mostra completamente imersivo. Deve-se dizer que a realidade aumentada funciona muito bem e o jovem jogador terá a impressão louca de ser parte integrante da decoração. Muitas vezes, a câmera simula um ambiente falso, para substituir nossas paredes brancas e o velho sofá de tecido bege que fica atrás de você por uma grande biblioteca, uma antiga casa de bruxo ou até mesmo uma sala de aula. Só então, após algumas horas de jogo, percebemos que as mecânicas do jogo seguem e se assemelham. Ligamos os capítulos repetindo incansavelmente as mesmas ações, com de vez em quando cenas interativas ou mini-aventuras que aprofundam a experiência do jogo. E mesmo que cada capítulo seja dividido em várias subpartes, vamos perceber que em uma tarde, é possível completar a aventura. Uma vida útil bastante escassa, mas que pode ser compensada pela possibilidade de encontrar surpresas nos conjuntos, não se concentrando apenas nas provas obrigatórias. É certo que Book of Spells destina-se acima de tudo a um público jovem, mas teríamos gostado de um pouco mais de desafio, com confrontos mais épicos e encorpados, a possibilidade de trazer outros jogadores para um jogo em coop', ou melhor ainda, permitir que o jogador crie sua própria história e depois a compartilhe com o mundo. Reajustes a serem revisados para as próximas histórias do Wonderbook, pois a história sendo roteirizada de forma atroz e o conceito de pontuar quase nada, o aspecto do valor de replay é quase inexistente aqui. Portanto, é imperativo que os desenvolvedores nos ofereçam mais conteúdo se não quiserem que classifiquemos o Book of Spell como uma série de tutoriais simples e agradáveis.