Um digno sucessor de Dragon Ball em muitos níveis, a licença Naruto agora tem luz verde para invadir a Europa. O pontapé inicial foi dado há pouco mais de 6 meses com Naruto: Ultimate Ninja no PlayStation 2 e Naruto: Clash of Ninja European Version no GameCube, dois jogos de luta pura e dura que tiveram grande sucesso com a comunidade de fanáticos. Para contrastar com esses universos um pouco masculinos, a Bandai Namco Games e a Atari decidiram mudar de registro e oferecer um título um pouco mais aberto, no sentido de que é um jogo de ação e aventura. Um termo um tanto banal uma vez que o jogo foi lançado desde Naruto Uzumaki Chronicles parece mais um simples estilo Dynasty Warriors beat'em all, menos a noção de massivo.
As Crônicas de Konoha
Na pele de Naruto, o objetivo aqui será encadear várias missões de vários escalões (A, B, C, D e S) impostas pelo Hokage, o chefe da vila, como costuma acontecer no mangá. Nosso herói evolui em um mapa onde pode ir a pontos específicos. Ajude uma jovem a divulgar sua loja para evitar a falência, eliminar espiões à espreita nos portões de Konoha ou até mesmo ir a outra vila para ajudar os mais necessitados, seja qual for a missão, sempre consegue uma sessão de sparring. Em relação à variedade de movimentos, se à primeira vista parecer substancial, percebemos rapidamente que andamos muito rapidamente. Multi-clonagem, arremesso de kunais ou shurikens e outros Rasengan, são sobre as possíveis técnicas de Naruto. Os combos são muito atuais, mas sua falta de variedade resulta em um sistema de combate bastante repetitivo, apesar da presença de uma loja onde é possível comprar armas adicionais. Obviamente, a área de exploração no início é restrita e é avançando no jogo que Naruto pode acessar outros lugares conhecidos da série. Só então, durante suas caminhadas no mapa, Naruto estará sujeito a ataques aleatórios e antiquados, como em um antigo Final Fantasy. Não é a melhor ideia, especialmente porque esses ataques "inesperados" geralmente ocorrem nos mesmos lugares. Resumindo, para o efeito surpresa voltaremos.
Aqueles que esperavam poder controlar os outros protagonistas do mangá (Sasuke, Kakashi ou mesmo Sakura) podem se decepcionar severamente. Os únicos momentos em que é possível trocar de personagem não duram mais do que alguns segundos e depois desaparecem em uma nuvem de fumaça. Frustrante, assim como a realização que carece severamente de convicção. Ausência de cel-shading ou ambientes muito pobres? Ambos ao mesmo tempo, é óbvio! É óbvio que Naruto Uzumaki Chronicles não homenageia o universo de Kishimoto, aqui representado em sua forma mais simples, principalmente porque a modelagem dos ninjas deixa a desejar. A esta falta de rigor no trabalho técnico junta-se um ambiente sonoro que não tem absolutamente nada a ver com a série animada. Perdemos então a autenticidade e a ausência de vozes japonesas só amplifica esse defeito imperdoável, sendo a dublagem americana bastante desastrosa. Em suma, não há necessidade de elaborar mais, já se passaram dois bons anos desde que este Naruto Uzumaki Chronicles foi colocado na lista negra pelos fãs da série.