Antes de voltar à aventura em si, vamos ver as especificidades desta versão para PC. Primeiro, aproveita o poder dos computadores para poder filmar em 4K e 60 quadros por segundo, o que nem a versão PS3 nem a versão PS4 permitiam. O jogo também oferece uma infinidade de opções gráficas (qualidade de texturas, detalhes de decoração, qualidade de sombras, anti-aliasing, oclusão de ambiente, qualidade de reflexos, etc.), para que todos possam encontrar o melhor compromisso de acordo com o poder de sua máquina. Não entre em pânico, para a maioria dos jogadores será possível levar tudo ao limite. Temos, portanto, simplesmente direito à versão mais bonita de Heavy Rain que já viu a luz do dia. Mas não se engane, não estamos tratando de um remake, nem mesmo de uma remasterização. Originalmente lançado em 2010, o jogo não nasceu ontem e, apesar das várias melhorias gráficas, isso mostra. As animações faciais que eram impressionantes na época tornaram-se muito mais mundanas, enquanto a modelagem do corpo e as animações assumiram uma aparência um pouco datada. Nada catastrófico, mas sua rigidez e a estranheza de certas interações podem diminuir o aspecto emocional de certas cenas.
Originalmente projetado para o controle PS3 e seu sistema de reconhecimento de movimento Sixaxis, a jogabilidade foi reformulada para ser adequada para controles padrão (incluindo aqueles do ecossistema Xbox), por exemplo, substituindo o joystick sacudindo o controle direito. O par teclado / mouse também não foi deixado de fora, os QTEs são alcançáveis graças às teclas ZQSD e cliques e movimentos do mouse. O jogo tem o bom gosto de alternar instantaneamente entre a exibição de controles de joystick ou teclado/mouse assim que você tocar em um dos dois tipos de controladores. De qualquer forma, o sistema de câmera e movimento está longe de ser o ideal. Porque os ângulos de câmera impostos pelo jogo, associados a um sistema de movimento absoluto e não relativo, levam ao famoso problema de "entro em uma sala empurrando o stick em uma determinada direção, o ângulo da câmera muda e... involuntariamente sair da sala". Pensávamos que os problemas deste tipo estavam resolvidos desde o primeiro Resident Evil… Ponto negativo também no que diz respeito à ausência do conteúdo para download “The Taxidermist”, lançado há nove anos no PS3 mas não encontrado nesta versão para PC. Felizmente, sua vida útil não superior a meia hora, é um DLC relativamente anedótico. Na categoria de pequenos detalhes que dão prazer, podemos por outro lado mencionar a possibilidade de personalizar finamente a experiência linguística, uma vez que os idiomas utilizados pelo áudio, as legendas e os menus, podem ser configurados independentemente um do outro. (encaminhe para o VOST!). Por fim, esta versão para PC é lançada exclusivamente na Epic Games Store e, portanto, é privada de um sistema de sucesso no estilo Steam, enquanto havia cinquenta e sete troféus para desbloquear na versão PS3. Pode parecer trivial, mas em um jogo de ramificação, os sucessos são uma motivação significativa para testar os diferentes caminhos.
Originalmente projetado para o controle PS3 e seu sistema de reconhecimento de movimento Sixaxis, a jogabilidade foi reformulada para ser adequada para controles padrão (incluindo aqueles do ecossistema Xbox), por exemplo, substituindo o joystick sacudindo o controle direito.
Porque deste ponto de vista, Heavy Rain não perdeu nada de sua força. Com dezessete finais diferentes, e algumas sequências que mudam completamente dependendo dos eventos passados, o jogo tem todos os recursos de um filme interativo, no bom sentido. Além disso, a atmosfera da ficção criminal moderna é amplamente inspirada no cinema, Seven em mente. Lembre-se de que a história apresenta um serial killer que sequestra crianças, as deixa afogadas na água da chuva e encena seus cadáveres, colocando um origami na mão e uma orquídea no peito. O cenário é bem clássico, com a pequena reviravolta que vai bem, mas sua eficácia é inegável. A produção também toma emprestado da sétima arte, pois não hesita em utilizar ângulos cinematográficos e efeitos tipo tela dividida. O envolvimento do jogador é reforçado pela possibilidade de encarnar alternadamente quatro personagens diferentes, cada um com suas próprias motivações para se interessar pela caça ao serial killer: Scott Shelby é um detetive particular, Ethan Mars é o pai de um dos crianças raptadas, Madison Paige é jornalista e Norman Jayden é agente do FBI. Este último nos oferece um toque adicional de jogabilidade, pois seus óculos de realidade virtual permitem descobrir pistas em cenas de crime e depois analisá-las em um escritório virtual do mais belo efeito. De resto, é muito simples: quase tudo é feito através de QTEs! Podemos de vez em quando escolher entre duas opções de ação ou diálogo, mas a maior parte da jogabilidade usa os famosos (e muitas vezes caluniados) "eventos rápidos".
PRESSIONE X PARA SHAUN
Com Heavy Rain, a Quantic Dream levou o conceito ao extremo, tentando de alguma forma combinar os movimentos do controlador com os dos personagens, e especialmente aplicando-os a tudo e a qualquer coisa. Se este sistema permite oferecer sequências de combate finamente coreografadas (graças à captura de movimento), muitas vezes parece supérfluo. Era realmente necessário impor QTEs para abrir armários, lavar as mãos, cozinhar um ovo ou trocar a fralda de um bebê? Por outro lado, podemos saudar o jogo pela audácia dos possíveis ramos, já que todos os personagens principais provavelmente morrerão uma vez ou outra, o que explica em particular o alto número de finais diferentes. E essas mortes também podem ser devido a uma má decisão (é um jogo justo) ou a um QTE com falha (isso é imediatamente mais discutível). No final, esta versão para PC chega um pouco tarde demais para se estabelecer como obrigatória, porque vimos muitos outros jogos do mesmo gênero desde 2010, em particular as muitas produções da Telltale. Mas sua presença continua sendo bem-vinda, mesmo que apenas para enriquecer a cultura de videogames dos usuários de PC!