Rico, eficaz, viciante e alegre, a receita básica que caracteriza o Anno está de volta neste novo episódio. Concretamente, cabe ao jogador aproveitar ao máximo os recursos naturais que lhe são disponibilizados nas ilhas virgens, para ali estabelecer colônias em constante crescimento. Se o começo é fácil, as coisas tendem a se tornar mais complexas rapidamente. Uma vez que as necessidades dos primeiros colonos são atendidas, eles evoluem para uma casta mais alta e mais exigente, que eventualmente sofre mutações e assim por diante. É necessário, portanto, construir cada vez mais edifícios, desenvolver tecnologias mais eficientes, buscar novos recursos, administrar os impostos da melhor forma possível, estabelecer rotas comerciais e tratados diplomáticos, combater piratas ou colonizadores inimigos e cuidar de mil outras pequenas coisas. Acessível a todos, apesar de sua grande riqueza, o conceito poderia ser melhorado? Esta é, de qualquer forma, a aposta que os desenvolvedores fizeram ao nos oferecer um episódio adicional. Sua principal especificidade vem naturalmente do período escolhido. Pela primeira vez, a série se afasta da história passada e cede à ficção científica. Assim, nos encontramos em 2070, depois que as convulsões climáticas mudaram a geografia do mundo. De fato, a elevação do nível do mar multiplicou o número de ilhas e ilhotas presentes no planeta. Isso é oportuno, já que o jogo usa precisamente uma jogabilidade insular... Além dessa justificativa de roteiro, a era futurista é acima de tudo uma oportunidade de desorientar o jogador. Chega de lenhadores corajosos, agora são robôs que cortam árvores. Diga adeus às cabanas de madeira e olá ao concreto e outros materiais de construção modernos. Não são mais carrinhos de mão que viajam dos locais de produção para os armazéns, mas veículos autônomos, às vezes voando. A mudança é boa, mas, no geral, o universo ainda nos parece menos encantador do que o da Idade Média ou do Renascimento. É um pouco mais maçante, um pouco como as preocupações da época. Não se trata mais de construir um mundo novo, mas sim de administrar as consequências nefastas da atividade humana moderna.
Um Anno para governar todos eles
Além disso, as duas principais facções do jogo se opõem na questão do desenvolvimento sustentável. O consórcio Global Trust desempenha o papel de capitalistas do mal. Eles não têm nada a ver com preocupações ambientais e poluem a todo custo. Seu equilíbrio ecológico é, portanto, pobre, seu consumo máximo de eletricidade, mas por outro lado, o desempenho de seus edifícios de produção é excelente. Isso permite que eles cresçam rapidamente, em pequenas superfícies. Por outro lado, a organização verde Eden Initiative tem um bom histórico ecológico, mas seus prédios de produção exigem mais espaço. A isso deve ser adicionado a facção subsidiária do SAAT que reúne cientistas puros. Cada acampamento possui construções e tecnologias específicas, o que oferece uma boa variedade de jogabilidade. Melhor ainda, é possível que as diferentes facções coexistam na mesma ilha para uma complexidade ainda maior. A outra grande inovação do Anno 2070 vem da gestão do fundo do mar. Com um movimento da roda do mouse, agora você pode mergulhar a câmera abaixo do nível da água. A caminhada não é apenas de interesse estético, já que planaltos submersos estão apenas esperando para serem descobertos. Lá podem ser montadas diversas estruturas (fazenda submarina para obtenção de nutracêuticos, extração de petróleo, etc.), o que incentiva fortemente o estabelecimento de rotas comerciais. Estes últimos são facilmente programados, graças a uma interface geralmente muito eficiente. Tateamos no início para identificar e diferenciar à primeira vista os diferentes ícones, mas todas as ações são realizadas em dois ou três cliques.
A outra grande inovação do Anno 2070 vem da gestão do fundo do mar. Com um movimento da roda do mouse, agora você pode mergulhar a câmera abaixo do nível da água."
E já que estamos falando da forma do jogo, vamos notar de passagem que o aspecto gráfico é muito legal. As animações são fluidas e detalhadas enquanto o motor 3D exibe coisas lindas. A única falha a ser observada: efeitos de recorte ocasionais (mudança repentina no nível de detalhe de certas partes da decoração) ao aumentar o zoom rapidamente. Por outro lado, também podemos lamentar os poucos erros na campanha single-player, que não tem ritmo e oferece mini-missões que nem sempre são claras. Não importa, porque um Anno é jogado principalmente em um jogo contínuo (sem cenário) ou em multiplayer. Para pior ou para melhor, o jogo usa o sistema Uplay da Ubisoft. Quando os servidores não respondem, o que acontece regularmente desde o lançamento, ou quando a conexão de internet do jogador está instável, o jogo muda automaticamente para o modo offline, o que o priva de alguns recursos. No entanto, estes últimos são interessantes, pois exigem que todos os usuários votem regularmente nas eleições para o Senado e o Conselho Mundial. Dependendo do candidato aprovado, diferentes bônus são aplicados durante os jogos. “Assuntos mundiais” também estão planejados no futuro, mas a caixa correspondente permanece desesperadamente acinzentada por enquanto. Essas devem ser missões single-player comuns a todos os jogadores, que atuarão em paralelo para atingir um objetivo comum. Enquanto isso, já podemos aproveitar os “eventos diários”, que assumem a forma de pequenas missões para completar durante nossos jogos. Uma boa maneira, por uma vez, de encorajar os jogadores a ficarem permanentemente conectados. Isso não ajudará os viciados em Internet, porque a vida útil do jogo é enorme. Dezenas e dezenas de horas de gerenciamento meticuloso esperam por você. E, acredite, não vemos o tempo passar!